Há uma nova tribo zanzando pela noite da cidade. O jeitão é engraçado e boa praça, as roupas parecem de criança e o nome é idêntico ao de uma velha marca de chiclete: ploc. Eles podem ser encontrados na Casa da Matriz às segundas-feiras e na Bunker, aos sábados. Têm visual coloridíssimo, gostam de colecionar brinquedos e acessórios fofinhos e são fãs de histórias em quadrinhos e desenho animado. É uma turma cheia de nostalgia e hábitos estranhos. Trabalham e saem a noite com lancheira das Garotas Superpoderosas a tiracolo, assistem ao Laboratório de Dexter no Cartoon Network e são fanáticos por Hello Kitty. Gostam de ouvir Pato Fu e acham as meninas da banda Penélope umas lindinhas. Os ploc já têm até cabeleireiro próprio: o salão Hush Hush, em Ipanema, onde cortam o cabelo de preferência fazendo uma mecha ou outra colorida. Também adoram os acessórios de pelúcia da loja Vale das Bonecas, na Galeria River. Alguns chegam a viajar a São Paulo para comprar as roupas de colegial do estilista Marcelo Sommer. Nas últimas semanas, os ploc andaram agitadíssimos. O motivo: o show da banda de soft rock Belle and Sebastian no Free Jazz.
A mania de os adultos se vestirem de criança é uma novidade relativamente recente. Nasceu no universo clubber, mas se expandiu para muito além das raves, sobretudo no Rio. Nesta passagem do escuro das boates para o cotidiano dos escritórios e universidades está a gênese da tribo ploc. Em pouco tempo, as roupas com motivos infantis começaram a pipocar por todos os cantos da cidade. Faltava dar o nome para esse povo diferente que não tinha o moicano dos punks, as batas dos hippies, o preto dos darks nem, mais recentemente, o visual cyber dos clubbers. A expressão acabou surgindo da mistura de um sucesso musical com o efeito provocado pelo êxtase nas pessoasPor enquanto, ploc é uma denominação exclusivamente carioca.
O berço do ploc é o Japão. No país em que as revistas em quadrinhos - os mangás - têm tiragem de centenas de milhares de exemplares, é comum que os jovens vistam-se de personagens de gibis como as heroínas Saylor Moon, Saylor Vênus e Saylor Mercúrio. A coisa é tão séria que o bairro Shibuya, em Tóquio, o mais freqüentado pelos modernos de lá, virou atração para turistas.
O plocs começaram a surgir no cenário carioca de mais ou menos dois anos para cá. Ainda é cedo para avaliar qual será sua longevidade. Hippies e punks marcaram época e deixaram herdeiros até hoje, perdidos na noite de qualquer metrópole. Segundo os especialistas, são pequenas as chances de que qualquer tribo surgida nos dias de hoje resista tanto tempo assim. ''As tribos estão ficando cada vez mais efêmeras.
É fácil reconhecê-los: os cabelos em geral são no estilo arco-íris, as unhas têm ''cor de sorvete'' (pistache, goiaba etc), mochilas e bolsas são de personagens de desenho animado e as roupas podem combinar roxo com verde e vermelho. Alguns levam para o ambiente de trabalho a paixão pela vida ploc.
No panorama internacional, o maior ícone da tribo é o estilista belga Walter van Beirendonck, professor da Escola de Moda da Antuérpia. Sua marca, a W<, é famosa pelas peças multicoloridas com pompons e outros símbolos infantis. Como era de se esperar, atualmente o estilista só tem loja no Japão.
Entre os personagens fofinhos, nenhum supera em popularidade a Hello Kitty, criada em 1974 pela empresa japonesa Sanrio.
Recém-nascida, a tribo ploc já tem suas divisões. De um lado, estão os que pertencem ao universo clubber e gostam de música eletrônica - principalmente os ritmos tecno e house. De outro, os plocs que gostam de rock.No Rio, a banda mais ploc é a Staples, cujo estilo poderia ser descrito como punk-rock.
Estilo musical:
POP e músicas infantis
Aparência:
Como ainda não foi inventado um meio de voltar à infância, eles usam acessórios, roupas e obviamente brinquedos infantis
Características:
Os ídolos líderes entre eles são Hello Kitty, Power Puff Girls, Tweety.
Manifestação:
“Queria tanto que minha infância voltasse!” esse é o lema dos Plocs.